MUSEU OLIMPIO BONALD DE BACAMARTE

MUSEU OLIMPIO BONALD DE BACAMARTE
Uma iniciativa da Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo - SOBAC. Para ir pra SOBAC, no www.bacamarteempernambuco.blospot.com , clic na imagem acima

terça-feira, 25 de julho de 2017

BACAMARTEIROS DO CABO COMEMORAM TÍTULO DE PATRIMÔNIO VIVO DE PERNAMBUCO

Foto Gabriel Marinho

 A SOCIEDADE DOS BACAMARTEIROS DO CABO - SOBAC - foi eleita Patrimônio Vivo do Povo Pernambucano, após passar por várias etapas para a eleição. Após o período de inscrição, os candidatos passam pela fase de análise documental, gerida pela Unidade de Patrimônio Imaterial da Fundarpe e os nomes seguem para a Comissão de Análise. Esta analisa se as candidaturas estão de acordo com a Lei 12.196/2002 (Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco), como relevância cultural e transmissão de saberes e foram defendidas, este ano, no Centro de Artesanato de Pernambuco (Cape), em audiência pública realizada pelo CEPPC.
No dia 17 de agosto a SOBAC estará recebendo o título em cerimônia no Teatro Santa Isabel, quando receberá, também, a Menção Honrosa do Prêmio Ayrton Almeida de preservação da memória cultural em Pernambuco.

Foto Rosa Bezerra
Saiba um pouco sobre a SOBAC:

SOCIEDADE DOS BACAMARTEIROS DO CABO – SOBAC – PATRIMÔNIO VIVO DO POVO PERNAMBUCANO

            A Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo foi fundada em 1 de maio de 1966, e se constituiu como o primeiro grupo de bacamarteiros operários. Organizada por ex-camponeses egressos do agreste e do sertão, teve como principal articulador o torneiro mecânico José Alves Bezerra, o Zé da Banha que, numa ação vanguardista, criou a primeira associação do gênero com perfil jurídico, articulou-se com o legislativo e com o exército para criar uma cobertura legal para a prática. Além disto, criou os primeiros bacamartes em aço, com bombas reforçadas, aumentando a segurança e o efeito explosivo; um grupo de primeiros socorros, o primeiro regimento interno e o primeiro batalhão feminino. Difundiu o folguedo na capital pernambucana, se apresentando no Caxangá Golf Club, no Sítio da Trindade e no Pátio de São Pedro. Além de tudo, criou uma escola para os filhos de bacamarteiros. Foi tão significativa a fundação da SOBAC que, um ano após, o livro Bacamarte, Pólvora e Povo, nascido a partir de uma pesquisa do acadêmico Olimpio Bonald Neto, pelo Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, reservou quatro capítulos para tratar de sua história.
            Podemos dizer que, graças à ação daquele torneiro mecânico, o bacamartismo sobreviveu, nos tempos de hoje, ao Sistema Nacional de Armas e ao Estatuto do Desarmamento.
            Após a morte de Zé da Banha a SOBAC entrou em declínio, mas resistiu até chegar ao século XXI, quando, com a liderança do professor Ivan Marinho de Barros Filho, tornou-se o primeiro e único Ponto de Cultura do gênero, traçando uma trajetória agregadora, onde orientou vários grupos para a regulamentação junto ao Exército Brasileiro, encabeçou a organização da Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco – a FEBAPE – onde assumiu a primeira presidência, criou e realizou três versões do Na Pisada do Bacamarte pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife e cinco versões do Encontro Zé da Banha de Bacamarte, auxiliou a 7ª Região Militar na reformulação da Instrução Técnico-administrativa 024/2002 que regulamenta o folguedo e tramita no Ministério da Defesa na perspectiva de se transformar em Decreto Presidencial; liderou, junto ao Ministério da Cultura e da Justiça e da Defesa o combate aos equívocos judiciais que prendeu artesãos e brincantes; criou a primeira inserção do folguedo na internet, o blog bacamarteirosdepernambuco.com, mudando posteriormente para bacamarteempernambuco.blogspot.com.br, que viria a se tornar o veículo oficial de comunicação da FEBAPE, realizou oficinas de Pífanos, de Tiros da Paz, Xaxado, Inclusão Digital de Idosos e Canto Coral, criando o coral Boca de Bacamarte. Criou o único memorial da cultura bacamarteira, o Museu Olimpio Bonald de Bacamarte e a Biblioteca Generino Bezerra de Cultura Popular e Folclore, em homenagem a um ex-membro da SOBAC que também pertenceu ao bando de Lampião.
            Em 2017 a SOBAC recebeu menção honrosa no Prêmio Ayrton Almeida da Secretaria de Cultura de Pernambuco pela preservação da memória cultura no estado. Foi contemplada, também, com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

            Por tudo isto, a SOBAC tem sido fiel representante deste folguedo sesquicentenário de Pernambuco, que reúne mais de 3 mil brincantes e, como o Frevo e o Forró, é símbolo maior de nossa cultura local.

sábado, 10 de junho de 2017

A ESCRITORA ROSA BEZERRA FAZ PALESTRA NO MOBBAC SOBRE O PROTAGONISMO DAS MULHERES NAS GREVES GERAIS

Dia 16 de março a escritora Rosa Bezerra, do Núcleo de Estudos do Cangaço da UBE, filha de bacamarteiro da SOBAC, fez palestra sobre o protagonismo das mulheres nas greves gerais, Brasil afora. Contou-se com a presença massiva de jovens do Fórum da Juventude Cabense, o FOJUCA, bem como do Centro das Mulheres do Cabo e da Coordenação de Pontos de Cultura da FUNDARPE.
Segue um resumo de sua preleção:

As mulheres e as greves no Brasil
No final dos Oitocentos, o Brasil era um país agrícola às voltas com vários problemas sociais: a abolição da escravatura havia jogado na rua os escravos sem proporcionar a eles uma indenização, ao mesmo tempo em que havia “nascido” uma república, herdeira de todos os problemas do Império. Começam a chegar ao Brasil os imigrantes europeus, com ideais anarquistas, socialistas e comunistas, muitos deles com experiência de lutas sociais.
Tais ideias foram disseminadas no seio do operariado e as mulheres foram atuantes nestas lutas. Lembramos aqui que as jornadas de trabalhos chegavam a 12, 14 horas por dia e as crianças também começavam cedo nas fábricas, algumas já aos oito anos. A pobreza levava as mulheres e crianças e esta ritmo alucinante de vida, em busca da sobrevivência. Mas lutaram por melhorias através de greves, fugindo ao modelo estabelecido às mulheres: donas de casas e obedientes.
Em 1901, as tecelãs da Fábrica Sant´Anna cruzam os braços contra uma tabela que rebaixava o salário real. Em 1902, as operárias da Fábrica Anhaia iniciam uma greve reclamando dos maus-tratos de um superior. Resistem até à vitória. Em dezembro de 1902, a Fábrica Sant´Anna novamente entram em greve, resistindo até janeiro de 1903. Em novembro de 1907, explode a famosa greve das costureiras.
No ano de 1908, a Fábrica Matarazzo é surpreendida por uma greve de mulheres e de crianças. E em 1917, as mulheres do Cotonifício Crespi dão início à Greve Geral, pois todas as categorias aderem à paralisação e São Paulo se vê às voltas com uma manifestação gigantesca que levou à repressão e morte de alguns grevistas. São Paulo amanhecera sem pão, sem leite, sem jornais, um verdadeiro caos urbano.
Vemos que as mulheres estiveram à frente de movimentos grevistas há mais de um século, marcando presença na história dos movimentos sociais, apesar de terem sua presença ocultada pela historiografia oficial, machista e excludente.

ROSA BEZERRA, psicóloga, pesquisadora, escritora e feminista.

terça-feira, 6 de junho de 2017

CERÂMICA DE TODOS OS TEMPOS, COM O CERAMISTA URUDA

Dia 18 de maio o ceramista Uruda, do Cabo de Santo Agostinho, fez palestra sobre a cerâmica enquadrada em diversos contextos históricos e até pré-históricos no MOBBAC. A palestra foi rica em detalhes, qualidades de quem, por necessidade, nasceu e viveu dentro e do barro.
O ceramista-artista teceu longos e atrativos argumentos sobre o uso, a matéria, as técnicas e a estética do barro.
Entre outros presentes, estiveram o representante da Academia Cabense de Letras, Dr. João Sávio, da Loja Maçônica Alvorada da Paz, o Sr. Orlando, do Centro das Mulheres, Nivete Azevedo, vários representantes do Fórum da Juventude Cabense, o FOJUCA, representantes do Centro de Artesanato do Cabo, da SOBAC e do PSOL.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

PALESTRA DE ROSA BEZERRA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA GUERRA DO PARAGUAI

 A escritora Rosa Bezerra, do Núcleo de Estudos do Cangaço, ministrou palestra sobre a participação das mulheres na Guerra do Paraguai, conflito entre o Paraguai e Brasil, Argentina e Uruguai, que deu origem, com a volta dos Voluntários da Pátria, dos festejos praticados pelos bacamarteiros. 
Rosa Bezerra é filha de Generino Bezerra, ex-integrante da Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo, a SOBAC, bem como do Bando de Lampião.
A Biblioteca de Folclore e Cultura Popular do MOBBAC leva o nome de Generino.
A palestra aconteceu no Antigo Mercado de Farinha, em frente ao Museu Olimpio Bonald de Bacamarte, no dia 22 de dezembro de 2016, quando da inauguração do MOBBAC.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

IMAGENS DA INAUGURAÇÃO DO MOBBAC





MUSEU MAL NASCEU E JÁ TEM RECONHECIMENTO PÚBLICO

Iniciativa de criação do Museu Olimpio Bonald de Bacamarte recebe Menção Honrosa do Prêmio Ayrton Almeida, da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.

2º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho anuncia vencedores

A entrega da premiação acontecerá em agosto, durante a 10ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco

CATEGORIA – ACERVOS DOCUMENTAIS E MEMÓRIA 


Menção Honrosa: SEDE DA SOCIEDADE DOS BACAMARTEIROS DO CABO – SOBAC – COMO ESPAÇO DE MEMÓRIA
 Representante Legal: Ivan Marinho de Barros Filho

 Sinopse: Criada em 1966, por José Alves Bezerra, conhecido como Cap. Banha, a SOBAC atua na preservação do “bacamartismo” em Pernambuco. Desde sua fundação realiza eventos com o objetivo de promover e divulgar essa prática. Em 2016 foi inaugurado em sua sede o Museu Olímpio Bonald Neto, também chamado de Museu do Bacamarte. Trata-se de um marco simbólico para esta tradição. Seu acervo vai além de objetos e imagens característicos da prática do bacamarte e abrange também ícones que estão subjacentes à manifestação. Inclui objetos religiosos como imagens de santos joaninos, além de outros ligados às tradições nordestinas, sua religiosidade e festejos. Visando tanto a fruição como a pesquisa o Museu nasce com a intenção de incorporar continuamente em seu acervo elementos próprios da cultura de Pernambuco. Funcionando de terça a sábado, essencialmente com trabalho voluntário dos associados, atende pesquisadores e estudantes interessados na cultura e história do bacamarte.
 - See more at: http://www.cultura.pe.gov.br/canal/patrimonio/2o-premio-ayrton-de-almeida-carvalho-anuncia-vencedores/#sthash.6IC6Rk3y.dpuf


http://www.cultura.pe.gov.br/canal/patrimonio/2o-premio-ayrton-de-almeida-carvalho-anuncia-vencedores/

MEMÓRIA DO BACAMARTISMO AGORA TEM SEU ESPAÇO

Retrato de Olimpio Bonald Neto, pintado em acrílica sobre tela
, 50X40cm, pelo bacamarteiro Ivan Marinho.

            Inaugurado em 22 de dezembro de 2016, o Museu Olimpio Bonald de Bacamarte surge como primeiro memorial do gênero. Sesquicentenário, o folguedo, originário e predominante no sertão e agreste pernambucanos, enfrenta inúmeras dificuldades por utilizar armamento de fogo que, apesar de ser considerado obsoleto pela legislação brasileira e de ter sua atuação regulada pelo Exército Brasileiro, ainda causa estranhamento a gestores e militares mal informados.
      A iniciativa da Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo - SOBAC - de criar o Museu do Bacamarte, funciona como uma etapa do plano de popularização e reconhecimento da manifestação na região metropolitana e, institucionalmente, nas instâncias políticas e jurídicas. Esta etapa segue as ações de criação da Federação dos Bacamarteiros do Cabo - FEBAPE - e as discussões com o Ministério da Defesa no sentido de consolidar o arcabouço legal que dá cobertura à prática.
        O Museu define-se, no aspecto museológico, como museu comunitário e seu acervo tem sido constituído progressivamente, a partir de campanha de recolhimento de imagens, objetos e pesquisa direta, de campo. O acervo inicial é formado pelo arquivo criado pela SOBAC, enriquecido pelas doações de Olimpio Bonald Neto que remonta um histórico iniciado na década de vinte, do século passado. As imagens são diversas e, além de bacamarteiros e grupos fundamentais na história do folguedo, permeia elementos diversos de seu sincretismo, como as imagens de Padre Cícero, Frei Damião e os Santos Joaninos, evidenciando a religiosidade matriz da manifestação, Lampião e Maria Bonita, revelando a influência do Cangaço nos trajes e expressões e Luiz Gonzaga, coroando o Forró como gênero adotado pelo senhores do ribombo, como foram alcunhados os bacamarteiros pelo patrono Bonald.
         O Museu conta, também, com uma biblioteca com mais de 700 títulos sobre Cultura Popular e Folclore, doados por Olimpio Bonald (quase a totalidade), por Fátima Parahim e pela Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.
         A solenidade de inauguração do museu contou com a presença de vários representantes do bacamartismo no estado de Pernambuco, como os de Gravatá, Belém de Maria, Abreu e Lima, Moreno, Araçoiaba, Bonito... e do acadêmico Olimpio Bonald Neto e Sua esposa Zenaide, bem como de representantes do poder público municipal, Fundação Joaquim Nabuco, Igreja Católica... e da representante do Núcleo de Estudos do Cangaço da União Brasileira de Escritores, Rosa Bezerra que, na ocasião, no Mercado de Farinha, em frente ao Museu Olimpio Bonald, palestrou sobre a presença das mulheres na Guerra do Paraguai.
         Após o fim do convênio com a Prefeitura do Cabo, as visitações ficaram restritas apenas aos sábados. O projeto de continuidade dos serviços tramita na secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Cabo de Santo Agostinho.