Blog do Museu de um folguedo pernambucano denominado Bacamarte, uma prática sesquicentenária que consiste em festejar o São João com explosões de pólvora negra realizadas em armas obsoletas
quarta-feira, 31 de maio de 2017
MUSEU MAL NASCEU E JÁ TEM RECONHECIMENTO PÚBLICO
Iniciativa de criação do Museu Olimpio Bonald de Bacamarte recebe Menção Honrosa do Prêmio Ayrton Almeida, da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.
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2º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho anuncia vencedores
A entrega da premiação acontecerá em agosto, durante a 10ª
Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco
CATEGORIA – ACERVOS DOCUMENTAIS E MEMÓRIA
Menção Honrosa: SEDE DA SOCIEDADE DOS BACAMARTEIROS DO
CABO – SOBAC – COMO ESPAÇO DE MEMÓRIA
Representante Legal: Ivan Marinho de
Barros Filho
Sinopse: Criada em 1966, por José Alves Bezerra, conhecido como
Cap. Banha, a SOBAC atua na preservação do “bacamartismo” em Pernambuco. Desde
sua fundação realiza eventos com o objetivo de promover e divulgar essa
prática. Em 2016 foi inaugurado em sua sede o Museu Olímpio Bonald Neto, também
chamado de Museu do Bacamarte. Trata-se de um marco simbólico para esta
tradição. Seu acervo vai além de objetos e imagens característicos da prática
do bacamarte e abrange também ícones que estão subjacentes à manifestação.
Inclui objetos religiosos como imagens de santos joaninos, além de outros ligados
às tradições nordestinas, sua religiosidade e festejos. Visando tanto a fruição
como a pesquisa o Museu nasce com a intenção de incorporar continuamente em seu
acervo elementos próprios da cultura de Pernambuco. Funcionando de terça a
sábado, essencialmente com trabalho voluntário dos associados, atende
pesquisadores e estudantes interessados na cultura e história do bacamarte.
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MEMÓRIA DO BACAMARTISMO AGORA TEM SEU ESPAÇO
Retrato
de Olimpio Bonald Neto, pintado em acrílica sobre tela
,
50X40cm, pelo bacamarteiro Ivan Marinho.
Inaugurado em 22 de dezembro de 2016, o
Museu Olimpio Bonald de Bacamarte surge como primeiro memorial do gênero.
Sesquicentenário, o folguedo, originário e predominante no sertão e agreste
pernambucanos, enfrenta inúmeras dificuldades por utilizar armamento de fogo
que, apesar de ser considerado obsoleto pela legislação brasileira e de ter sua
atuação regulada pelo Exército Brasileiro, ainda causa estranhamento a gestores
e militares mal informados.
A iniciativa da Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo - SOBAC
- de criar o Museu do Bacamarte, funciona como uma etapa do plano de
popularização e reconhecimento da manifestação na região metropolitana e,
institucionalmente, nas instâncias políticas e jurídicas. Esta etapa segue as
ações de criação da Federação dos Bacamarteiros do Cabo - FEBAPE - e as
discussões com o Ministério da Defesa no sentido de consolidar o arcabouço
legal que dá cobertura à prática.
O Museu define-se, no aspecto
museológico, como museu comunitário e seu acervo tem sido constituído
progressivamente, a partir de campanha de recolhimento de imagens, objetos e
pesquisa direta, de campo. O acervo inicial é formado pelo arquivo criado pela
SOBAC, enriquecido pelas doações de Olimpio Bonald Neto que remonta um
histórico iniciado na década de vinte, do século passado. As imagens são
diversas e, além de bacamarteiros e grupos fundamentais na história do
folguedo, permeia elementos diversos de seu sincretismo, como as imagens de
Padre Cícero, Frei Damião e os Santos Joaninos, evidenciando a religiosidade
matriz da manifestação, Lampião e Maria Bonita, revelando a influência do
Cangaço nos trajes e expressões e Luiz Gonzaga, coroando o Forró como gênero
adotado pelo senhores do ribombo, como foram alcunhados os bacamarteiros pelo
patrono Bonald.
O Museu conta, também, com uma biblioteca com mais de 700 títulos sobre Cultura Popular e Folclore, doados por Olimpio Bonald (quase a totalidade), por Fátima Parahim e pela Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.
A solenidade de inauguração do museu
contou com a presença de vários representantes do bacamartismo no estado de
Pernambuco, como os de Gravatá, Belém de Maria, Abreu e Lima, Moreno,
Araçoiaba, Bonito... e do acadêmico Olimpio Bonald Neto e Sua esposa Zenaide,
bem como de representantes do poder público municipal, Fundação Joaquim Nabuco,
Igreja Católica... e da representante do Núcleo de Estudos do Cangaço da União
Brasileira de Escritores, Rosa Bezerra que, na ocasião, no Mercado de Farinha,
em frente ao Museu Olimpio Bonald, palestrou sobre a presença das mulheres na
Guerra do Paraguai.
Após o fim do convênio com a Prefeitura do Cabo, as visitações ficaram restritas apenas aos sábados. O projeto de continuidade dos serviços tramita na secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Cabo de Santo Agostinho.
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